Idosos: é proibido cair!



Entre os idosos, as quedas estão entre as principais causas de mortes e de ferimentos. Também é a causa mais comum de lesões não fatais e de internações hospitalares por trauma. De todas as fraturas relacionadas à quedas, as fraturas de fêmur e de quadril causam o maior número de mortes,  levando a problemas de saúde mais graves e a redução da qualidade de vida do idoso.
À medida que envelhecemos, os nossos sentidos, os nossos reflexos e a nossa coordenação diminui. Algumas doenças e muitos medicamentos que tomamos pioram o nosso equilíbrio, causando tonteiras e quedas. Além disso tudo,  há a osteoporose (mais comuns em mulheres) – uma doença que torna os ossos mais propensos a ocorrer fraturas.
Há muitas dicas que o familiar ou o cuidador de idosos podem aprender para evitar quedas e a possibilidade de quebrar um osso:
  • Faça o preventivo dos ossos – a densitometria óssea. O médico do idoso poderá prescrever medicamentos que farão seus ossos mais fortes e difíceis de quebrar.
  • Bebidas alcoólicas podem piorar os reflexos e equilíbrio do idoso. Falar das consequências é desnecessário.
  • Oriente o idoso a levantar-se devagar da cama e da cadeira, para não sentir tonteira.
  • Evitar extremos de temperatura em sua casa (cômodos muito quentes ou muito frios), pois eles podem fazer o idoso ficar tonto.
  • Oriente o idoso a usar calçados com solado de borracha e de saltos baixos.
  • Sempre oriente o idoso a segurar o corrimão das escadas.
  • Nunca deixe o idoso subir em uma cadeira para pegar alguma coisa no armário ou guarda-roupa.
  • A casa pode ser o lugar mais perigoso do mundo para o idoso. Portanto, ela deve ser sempre bem iluminada e sinalizada.
  • Nunca deixe o idosos transportar qualquer pacote que vai obstruir a sua visão do próximo passo.
  • Monte barras de apoio nos banheiros, principalmente em volta do vaso sanitário (seria ótimo elevar a altura do vaso sanitário) e dentro do box.
  • Coloque tapetes antiderrapantes em todas as superfícies que podem se molhar, especialmente banheiras e chuveiros.
  • Oriente o idoso para deixar a espuma de sabão ir pelo ralo antes de sair do chuveiro. Se o idoso está propenso a cair, use uma cadeira de banho e não se esqueça das barras de apoio no box. O banheiro, repito, é o lugar mais perigoso da casa para os idosos!
  • Colocar luzes para noite e interruptores de luz perto da cama do idoso.
  • Mantenha o telefone perto da cama do idoso. Durante o dia, deixe um telefone sem fio perto do idoso, para facilitar sua comunicação.
  • Retire todos os tapetes da casa. Podem ser bonitos, mas são também responsáveis pela quedas e fraturas em muitos idosos.
  • Deixar sempre fechadas as portas de armários e gavetas, para que o idoso não tropece e caia. Evitar muitos móveis nos locais de circulação da casa.
  • Quando chover, considerar o uso de uma bengala ou somente deixe o idoso sair com uma companhia que lhe dê apoio.
  • Ao entrar nos cômodos da casa, oriente o idoso a olhar para as diferenças nos níveis de piso.
  • Assegurar que todos os cômodos de sua casa tem um interruptor de luz perto da entrada.
  • Se o idoso está com problemas de equilíbrio ou caiu algumas vezes, leve-o urgentemente ao geriatra. Uma boa avaliação geriátrica poderá minimizar ou até corrigir os problemas de equilíbrio e quedas.
  • Outra dica importante para o idoso em perigo de quedas: fisioterapia de longo prazo, onde o profissional fisioterapeuta poderá trabalhar a força motora dos membros inferiores, a marcha, a postura e o equilíbrio.
  • Tenha especial cuidado com animais de estimação em casa.
http://www.cuidardeidosos.com.br



Fonte:

Alzheimer terminal – que mais eu posso fazer?





Aprender a constatar a dor por meio da expressão facial e corporal, gemidos, e outros sinais para poder relatar isto à equipe de saúde. Existem muitas causas da dor no estágio avançado de demência, entre elas: artrite, câimbras, contraturas, falta de mobilidade, aumento da osteoporose, indigestão. Muitas pessoas desenvolvem uma hipersensitividade ao toque.
Aproveite para falar com o seu idoso como nunca antes. Em algum nível ele consegue ouvir e entender, o que se tornará evidente nos períodos de lucidez que irão acontecer.Diga a ele que o ama e que se lembra de bons tempos que compartilharam.
Leia em voz alta a Bíblia ou outro livro favorito. Cante canções antigas e conhecidas.
Traga flores para o quarto e coloque-as onde possam ser vistos da cama.
Ofereça um bicho de pelúcia, bolinha ou um colar de contas para segurar na mão.
Massageie levemente as mãos e os pés do seu idoso.
Ofereça o toque e contato humanos. Sente-se ao lado da cama, segure a mão dapessoa e fale com ela como se ainda pudesse ouvir e entender. A audição pode ser oúltimo sentido a ser perdido. Reduza as intervenções somente às necessárias, mude apessoa de posição a cada duas horas ou quando precisar trocar a fralda.
Cuide da boca seca, umedecendo-a com gaze molhada em água mineral e aplique vaselina ou manteiga de cacau nos lábios. Limpe a secreção dos olhos com gaze úmida.
Preste atenção à prisão de ventre. Siga as orientações da equipe de saúde.
Atenda às necessidades espirituais e culturais. Para algumas pessoas isto pode significar chamar um sacerdote da sua religião para conversar. Para outros pode ser queas suas músicas preferidas sejam tocadas como um fundo suave. O balançar ou “ninar”acalma e conforta. Estas e outras informações devem ser conhecidas e organizadas com antecedência.Mantenha um ambiente de harmonia e paz – bom para quem parte e para quem fica.
Trabalhe junto com a equipe de saúde. Fale claramente o que precisa, anote suas perguntas e preocupações e também as instruções sobre os cuidados ao conversar comos profissionais.
Incentive as pessoas próximas a visitar, pois mesmo que não os reconheça, o idoso percebe a presença carinhosa de alguém que o ama.
Crie um “ultimo casulo” de amor, atenção e carinho onde o seu idoso possa sepreparar para “voar”, finalmente livre da doença que tem limitado a sua vida por tantos anos. Isto pode ser feito onde quer que o idoso esteja – em casa, na clínica ou no hospital. Depois soltar, liberar, ceder, permitir, desapegar e entregar…
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VIVER BEM… (Elizabeth Kubler Ross)
O foco de cuidado paliativo na filosofia “Hospice” está em viver tão bem quanto possível até o fim da vida, que significa:
  • Viver livre de dor, ou com dor que seja possível de agüentar
  • Poder me comunicar de alguma forma e não ser sedado
  • Manter a minha dignidade
  • Ter a companhia de meus familiares e amigos
  • Ser cuidado com amor e respeito, sem sentir-me um fardo
  • Viver e morrer no meu ambiente preferido, entre coisas conhecidas que me confortam
  • Não morrer só!
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Judy Robbe –  judyrobbe@gmail.com    (31) 3223 1145 / 9991 2142
Site Harmonia de Viver  -  http://harmoniadeviver.net.br/index_.html

Guia trabalhista para cuidador de idosos



Muitas dúvidas sobre as relações trabalhistas entre os cuidadores de idosos e seus familiares patrões chegam às dezenas aqui no portal CUIDAR DE IDOSOS, diariamente. Vejam alguns exemplos de dúvidas de comentários e e-mails que recebemos:
“Edson – edsonsluiz@yahoo.com.bR -    Enviado em 12/02/2011 às 13:29
Trabalho como cuidador de idosos e gostaria de saber se tenho direito ao seguro desemprego caso eu seja demitido.Obrigado”
“Camila – camila-livio@hotmail.com -   Enviado em 26/01/2011 às 14:43
Sou cuidadora e gostaria se posso pagar INSS com essa profissao e qual o salario base?”
Com o intuito de esclarecimento para nossos cuidadores e familiares que contratam, adaptamos um questionário com dezenas de perguntas sobre a função de cuidador de idosos. Lembramos que o cuidador de idosos não é profissão regulamentada por lei federal e não há um salário-base da classe.
Tudo que se fala em direito e deveres, em legislação trabalhista para o cuidador de idosos ainda é regido pela legislação do TRABALHADOR DOMÉSTICO. Para não deixar dúvidas sobre todas estas questões, foi lançada uma cartilha pelo Ministério do Trabalho e do Emprego, explicando sobre todas as questões relativas ao trabalhador doméstico e que também é para o cuidador de idosos.
Leia a cartilha com cuidado, pois ela é muito fácil de entender e de ler. Nela você encontrará tudo sobre a profissão de cuidador de idosos. enquanto não é aprovada a lei que regulamenta a profissão de cuidador de idosos.
Se você desejar, pode baixar a cartilha em .pdf  AQUI.
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PERGUNTAS SOBRE O TRABALHO DE CUIDADOR DE IDOSOS
(Leiam com atenção e com calma. Muitas das respostas que você precisa estão aqui!)
- O que é salário base ?
É o salário contratual descriminado na Carteira profissional do seu empregado, e o qual tomamos como referência para o recolhimento do INSS, FGTS e desconto dos 6% do vale transporte. Não há salário base (da classe) definido para cuidador, não podendo pagar menos que o salário mínimo.
- Qual o percentual de desconto do INSS para a cuidadora e o familiar patrão?
O percentual para a patroa (empregador) é de 12% e para o empregado varia de 7,65% a 11% (de acordo com a faixa salarial). Em nossa página principal, clique no link “tabela de INSS” e veja a variação da tabela
- Quanto ao recolhimento do FGTS para cuidadora, gostaria de saber se é obrigatório, quem paga a multa de 40% do FGTS quando da rescisão do contrato e qual o percentual descontado do empregado?
O FGTS para a cuidadora é uma opção do empregador; não é obrigatório. Se o empregador deu o benefício, ao demitir o empregado sem justa causa, arcará com a multa de 40% sobre o valor já depositado, e não é descontado nenhum percentual do empregado; devendo o empregador recolher o correspondente à 8% sobre o salário base do empregado.
- Existe algum tempo mínimo de contribuição ao INSS para que a cuidadora tenha direito à licença maternidade? Nesse caso qual seria o prazo?
Para concessão do salário-maternidade, não é exigido tempo mínimo de contribuição para cuidadoras, desde que comprovem filiação nesta condição na data do afastamento para fins de salário maternidade ou na data do parto. A licença maternidade inicia-se a partir de 28 dias antes do parto ou 92 dias após o parto, totalizando 120 dias.
- A cuidadora entrou em licença maternidade. O que fazer?
Por ocasião de licença maternidade, pago pelo INSS, o empregador deverá recolher a guia do INSS referente ao valor da alíquota de 12% sobre o salário base.
- Como dar entrada no afastamento?
Após receber o atestado médico, comparecer em um dos Postos de Atendimento do INSS (Administrativo); portando além do atestado, a carteira de trabalho, carnê do INSS. Podendo ser feito a solicitação pela internet (www.previdenciasocial.gov.br)
Pode ser fornecido vale transporte em dinheiro? Posso ter algum problema?
Embora seja usual entre empregadores e empregados, não é permitido pagar em dinheiro ou em qualquer outra forma de pagamento, que não em vale transporte para que não incorpore à remuneração da (o) empregada (o), com efeitos na contribuição previdenciária, nas férias e no 13º salário. Pagando em vale transporte não haverá esse tipo de incorporação. E tenha sempre o recibo assinado, para que possa efetuar o desconto de 6% a título de vale transporte.
- A cuidadora não quer que registre a sua carteira de trabalho. O que devo fazer?
Não a contrate, pois futuramente poderá ter problemas judiciais.
- As cuidadoras de idosos têm direito a salário família?
Não. A Lei 4.266/63, que instituiu o salário-família do trabalhador, não incluiu o empregado doméstico como seu beneficiário e a Constituição Federal de 1988 não estendeu aos domésticos tal benefício.
- Qual a jornada de trabalho de uma cuidadora que trabalha de segunda a sexta-feira?
Os cuidadoras não têm uma carga horária determinada conforme os empregados regidos pela CLT. Deve-se acordar um horário entre patrão/empregado no momento da contratação (não devendo ultrapassar as 220:00 hs). Assim como as horas excedentes desse total, deverão ser pagas como adicional negociado entre as partes, já que não há previsão legal de hora extra para cuidadora.
- Ao optar em efetuar o recolhimento do FGTS, quanto devo descontar da minha empregada?
O FGTS não é descontado do empregado, devendo o empregador fazer o recolhimento sobre o salário bruto num percentual de 8%.
- A cuidadora tem direito ao seguro-desemprego?
Somente se o empregador optou pelo recolhimento do FGTS e tiverem mais de 15 meses de recolhimento.
- Devo assinar a carteira de trabalho da minha cuidadora, mesmo em experiência?
Sim, a carteira de trabalho deve ser assinada de imediato, mesmo nos contratos de experiência. Devendo ser feita uma observação na página “anotações gerais” de que foi contratada em xx/xx/xxxx, num período de experiência de xx dias (não podendo ultrapassar 90 dias).
- Posso aceitar um atestado médico com data retroativa? E de quanto tempo?
Sim, poderá ser aceito o atestado e não existe carência.
- Posso fazer contrato de experiência e de quanto tempo?
Existem divergências na Jurisprudência sobre o contrato de experiência para empregada (o) doméstica (o), uma vez que a CLT não se aplica a essa categoria; no entanto, o contrato de experiência é uma excelente maneira de testar a (o) empregada (o) antes de contratá-la (o) de forma definitiva. Pode ser de até 90 dias, formalmente por escrito, com assinatura da carteira e recolhimento do INSS. Deve-se aproveitar o contrato de experiência para formalizar todas as negociações referentes aos direitos e deveres das partes
Podendo os 90 dias, serem divididos em duas partes: 30 + 60dias, 45 + 45 dias, 60 + 30 dias; ou por um período único tradicionalmente de 30, 45, 60 ou 90 dias.
- Pago um salário em carteira e outro por fora. O que pode acontecer com o INSS?
Recolher contribuição previdenciária sobre salário inferior ao efetivamente pago à cuidadora, é considerado fraude. A justiça trabalhista determina o pagamento das contribuições atrasadas sobre o salário pago por fora, acrescido de juros e multas.
- Como pagar o 13º salário do meu empregado?
A 1ª parcela deve ser paga entre 01 de fevereiro e 30 de novembro, pagar adiantamento equivalente à metade do salário recebido no mês anterior, sem descontos, ou ainda nas férias, se requerê-la ao (a) empregador (a), até 31 de janeiro; e a 2ª parcela até 20 de dezembro, pagando o valor proporcional ao tempo de serviço, calculado sobre a remuneração de dezembro – devendo deduzir o valor bruto da 1ª parcela, descontar o INSS e imposto de renda (se houver)..
- Se durante as férias houver aumento de salário, o que faço?
Se, após o pagamento das férias, ocorrer reajuste salarial sobre a remuneração correspondente ao período de descanso, será necessário complementar o valor inicialmente pago, na proporção dos dias sujeitos ao reajuste.
- O que é aviso prévio?
Notificação que uma das partes comunica à outra, por escrito, em 2 vias (uma para cada parte), a cessação do contrato de trabalho, com 30 dias de antecedência.
- Se o empregado pedir demissão e não cumprir o aviso, o que faço?
Caso não haja cumprimento do prazo de aviso, o (a) empregador (a) poderá descontar o valor correspondente a 01 mês de salário na rescisão.
- Qual o procedimento em caso de acidente com a (o) empregada (o), no local de trabalho?
É necessária a comprovação da incapacidade, para a realização de suas funções, em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social, para que, posteriormente, a (o) empregada (o) tenha direito à concessão de auxílio doença.
- Como proceder quando a cuidadora apresentar comportamento inadequado, imoral, antiético, ou incompatível com as normas e orientações do (a) empregador (a)?
Não vale a pena bater boca e ficar com alguém dentro de sua casa aborrecido e pronto para criar problemas. Se não houver um motivo grave, demitir sem Justa Causa e havendo motivo grave, demitir por Justa Causa (que deve ser comprovado).
- Qual o prazo que devo guardar os documentos da minha cuidadora?
  • Guias de recolhimento do FGTS (se inscrita (o) – durante 30 anos);
  • Comprovantes de recolhimentos Previdenciário (INSS) – durante 10 anos e
  • Recibos de pagamentos mensais; recibos de pagamentos dos 13º salários; recibos mensais de entregas dos vales transporte, ou a declaração de não beneficiária (o) de vale transporte; recibos de pagamentos de adicionais, quando houver; recibos de avisos de concessões de férias; recibos de pagamentos de férias; recibo de aviso prévio; recibo de termo de quitação do contrato de trabalho – durante 05 anos“. E devem estar datados e assinados pelo empregado.
- Como a cuidadora recolhe o INSS?
Através da guia da previdência social – GPS , carnê (comprado em papelarias). O carnê ou a guia deve ser preenchido com o nome do empregado.
- Onde a cuidadora adquire a Guia de Previdência Social – GPS?
Nas papelarias ou através do site da Previdência Social www.previdenciasocial.gov.br
Para o assinante do Doméstica Legal, poderá emitir a guia automaticamente.
- A legislação do repouso remunerado semanal abrange também aos cuidadores?
Sim. A cuidadora tem assegurado o direito ao repouso remunerado pelo art. 7º, parágrafo único, da Constituição/88.
- Qual a legislação que regula as condições do repouso semanal?
A Lei n.º 605 de 05.01.49, regulamentada pelo Decreto nº 27.048, de 12.08.49. Ela dispõe ainda sobre o pagamento dos salários nos dias de feriados civis e religiosos.
- O que é repouso ou descanso semanal remunerado?
O repouso semanal remunerado consiste em um descanso semanal de 24 horas consecutivas. Além do descanso o empregado também tem direito a respectiva remuneração, como se dia trabalhado fosse. Porém, para que tenha direito à remuneração correspondente ao repouso, é necessário o cumprimento integral do horário de trabalho, ou seja, sem faltas, atrasos, e saídas durante o expediente. Os feriados civis e religiosos obrigam ao repouso remunerado.
- Qual o valor mensal do salário maternidade?
É o valor correspondente ao seu último salário de contribuição. O salário-maternidade, a partir de 16-12-98, fica limitado, como benefício previdenciário, ao valor de R$ 1 .200,00.
Se a remuneração da empregada doméstica for superior ao limite máximo de R$ 1.200,00, caberá ao empregador complementar o valor do salário-maternidade até o limite da remuneração percebida pela mesma, arcando com o ônus da diferença.
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- O que é salário maternidade?
É o benefício que tem direito a segurada empregada doméstica por ocasião do parto. Não há carência para concessão desse benefício.
- Qual o valor mensal do auxílio doença?
É de 91% do salário de benefício.
- A cuidadora tem direito a auxílio acidente de trabalho?
O benefício do acidente do trabalho não é devido à cuidadora. O acidente ocorrido no desempenho das funções do empregado doméstico dá direito à percepção do benefício previdenciário do auxílio- doença. Para fazer jus ao benefício do auxílio – doença, é necessário que o segurado cuidador  tenha cumprido um mínimo de 12 contribuições mensais, sem interrupção, que determine a perda da qualidade de segurado. O auxílio-doença para o cuidador é contado do início da incapacidade ou, a contar da data da entrada do requerimento, quando requerido após o 30° dia do afastamento da atividade.
- Qual é o prazo máximo para o empregado requerer o benefício do salário maternidade?
É de cinco anos de prazo para a segurada requerer o benefício a partir da data do parto.
- Pode o empregado escolher livremente a época em que deseja gozar suas férias?
Quem determina a época de concessão das férias é o empregador, atendendo aos seus interesses; porém não há impedimento quanto a ambas fazerem um acordo quando ao período de gozo.
- Quais os direitos do empregador?
  • Descontar alimentação, vestuário, moradia e vale transporte;
  • Cobrar do empregado a apresentação de sua documentação pessoal;
  • Demitir o empregado com ou sem justa causa;
  • Cobrar por danos causados pelo empregado ao seu patrimônio; por culpa ou dolo;
  • Cobrar aviso prévio, caso o empregado não tenha avisado de sua saída do emprego com a antecedência mínima de 30 dias.
- Quais os deveres do cuidador?
  • Executar os trabalhos conforme contratado;
  • Não faltar;
  • Ser pontual;
  • Assinar os recibos de pagamento;
  • Avisar com 30 dias de antecedência sua saída do emprego;
  • Manter sigilo sobre a família do empregador;
  • Tratar empregador e demais familiares com respeito;
  • Zelar pelo patrimônio do empregador.
- O que ocorre quando o empregado se afasta do trabalho por motivo de doença durante o prazo do aviso prévio?
O contrato fica suspenso, devendo; quando tiver alta, retornar e cumprir o restante do aviso. O período afastado por doença, deve ser pago diretamente pelo INSS.
- O que é abono de férias?
É a troca do gozo de parte das férias por dinheiro. A lei permite que o trabalhador transforme em pecúnia 1/3 (um terço) do período de férias. É um direito do empregado doméstico ao qual o patrão não pode se opor.
Se o empregado residir no emprego, ele tem direito a vale transporte?
Neste caso, o empregado doméstico não tem direito ao vale-transporte diário, porém deverá recebê-lo nos fins de semana ou fins de mês, dependendo do caso, para ir a casa e retornar ao emprego na segunda-feira.
- Cuidadora pode ser contratada por experiência? Qual o prazo máximo?
Sim, porque sendo o contrato de trabalho doméstico uma espécie do gênero contrato de trabalho, a ele se aplica o disposto nos arts. 443 e 444, da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), onde este tipo de contrato está previsto. O contrato de experiência não pode ultrapassar 90 (noventa) dias.
- Quando a cuidadora fica doente o patrão é obrigado a pagar os dias não trabalhados?
De acordo com a nossa legislação previdenciária, a cuidadora, ao contrário dos empregadores urbano e rural, não paga o salário dos 15 (quinze) dias de afastamento por motivo de doença. É obrigação do INSS desde o primeiro dia de afastamento do serviço.
- Como fica o recolhimento do INSS, durante a licença maternidade?
Caso a cuidadora tenha gozado licença – maternidade, a contribuição do 13° salário será calculado da seguinte forma:•(a) empregador- 12% sobre o valor bruto do 13° Salário, observado o limite máximo de R$ 1.200,00;
b) empregada – alíquota correspondente (8, 9, 11 %) sobre o valor do 13° Salário proporcional ao período efetivamente trabalhado, observado sempre o limite máximo previdenciário.
- A cuidadoraa gestante tem estabilidade?
Sim, de acordo com a Lei 11.324 de 19 de julho de 2007 Art. 4o-A. É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da cuidadora gestante desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto.
- Qual o prazo para reclamar direitos trabalhistas?
O prazo para o empregado buscar na Justiça seus direitos é de 2(dois) anos após seu desligamento da empresa, sendo que só poderá pedir os direitos acumulados dos últimos 5 (cinco) anos que trabalhou naquela mesma firma.
- Quando a cuidadora diarista passa a ser cuidadora com carteira assinada?
Não é uma matéria muito pacífica. O tema é bastante polêmico na justiça do trabalho. Algumas decisões têm entendido que ela passa a ser cuidadora, se o serviço é prestado em caráter contínuo, mais de duas vezes por semana. A partir daí pode ser caracterizado o vínculo empregatício. Muitos especialistas recomendam que seja assinada a carteira de trabalho também da diarista e que seja recolhido o INSS, como medida preventiva.
- O empregado ainda não apresentou os documentos solicitados, o que fazer?
Todos os documentos devem ser apresentados ao empregador, no momento da admissão; e a carteira deve ser devolvida ao empregado em 48 horas, devidamente assinada. Faça uma nova solicitação e se não atendido, demita-a (o).
- Se eu contratar 3 vezes por semana tenho que registrar?
Sim, deverá ser feito o registro em carteira, recolhimento do INSS, recibo de pagamento, vale transporte.
- A cuidadora de final de semana ou diarista tem direito ao décimo terceiro? E férias?
Não. A diarista não tem direito a férias e 13º salário; pois ela não possui vínculo empregatício e nem carteira assinada. Somente teria direito se trabalhasse a partir de 03 vezes por semana ou mais.
- A cuidadora de final de semana ou diarista recebe vale transporte todos os dias que vem a minha casa. Deve ser feito recibo?
Sim, devem ser feitos os recibos com o pagamento da diária e do vale transporte. Para os assinantes do Doméstica Legal, poderá imprimir o contrato de diarista e o recibo..
- Qual o direito da cuidadora com relação à licença maternidade no caso de ter o bebê e este vier a falecer?
Se a doméstica tiver o laudo médico atestando o nascimento do bebê ela terá direito aos 120 dias.
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Adapatado de:  http://www.domesticalegal.com.br/faq.asp#resp5

Caminhar pode ajudar a prevenir demência



Dar um passo atrás do outro, com regularidade, sem pressa, é uma das melhores formas de manter o cérebro saudável na velhice, com sua plena capacidade cognitiva. Um estudo da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, publicado na “Neurology”, a revista on-line da Academia Americana de Neurologia, monitorou durante 13 anos 299 voluntários. A pesquisa provou que eles conseguiram evitar a perda da memória e se prevenir da demência com caminhadas regulares. 
Os andarilhos, todos sem sinais de demência de acordo com testes neurológicos a que foram submetidos, tiveram suas caminhadas registradas e o cérebro monitorado em 1995. Outros testes foram feitos nove anos depois, em 2004, e mais uma vez em 2008, mostrando que aqueles que mais caminhavam tinham metade do risco de ter problemas de memória do que os que não se exercitavam. 
De acordo com a pesquisa, andar cerca de 14,5 quilômetros por semana é o ideal para beneficiar o cérebro e deve ser esta a meta do “exercício neurológico”. Segundo os autores, o grupo que andou menos dez quilômetros por semana apresentou um maior encolhimento cerebral ligado à idade que o de pessoas que andavam mais que essa distância. 
O cérebro encolhe na fase mais avançada da idade adulta, o que pode causar problemas de memória. Os resultados do nosso trabalho estimulam a realização de novas pesquisas para saber se exercício físico em pessoas mais velhas são uma medida eficaz contra demências, incluindo Alzheimer – disse Kirk Erickson, da Universidade de Pittsburgh e líder do estudo. 
A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, mata lentamente as células do cérebro, e atividades como caminhadas têm sido indicadas para aumentar o volume do cérebro.
Extraído de: http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/10/13/caminhar-15km-por-semana-ajuda-prevenir-demencias-na-velhice-922775048.asp

Cuidador familiar: estresse sob controle



Todo cuidador familiar sabe do estresse e do cansaço que enfrenta (muitas vezes, sozinho!) ao cuidar de seu idoso querido. Não tem folga, não tem final de semana, não tem feriado, não tem férias. Não pediu para fazer esse trabalho e não sabe quando vai terminar.
O portal Cuidar de idosos oferece aos nossos cuidadores familiares algumas dicas, tentando minimizar e controlar a pesada carga de estresse a que são submetidos. Sabemos, inclusive, de vários casos de familiares que acabam ficando também doentes, necessitando de cuidados!
1. Coloque as suas necessidades em primeiro lugar: Alimente-se corretamente, faça refeições nutritivas e variadas . Não desconte seu estresse nos doces ou abusando de bebidas alcoolicas. Durma pelo menos 8 horas por noite. Faça exames médicos regulares. Encontre tempo para fazer exercícios , mesmo que isso signifique que você tem que pedir a alguém para cuidar, enquanto você está fora. Se você sentir depressiva ( tristeza extrema, dificuldade de concentração, apatia, desesperança, pensamentos sobre a morte), procure imediatamente um médico.
2. Procure seus  amigos: o estresse aumenta o isolamento. Reunindo-se regularmente com seus familiares e amigos, você poderá dividir com eles suas apreensões e angústias. Sair de casa e passear faz bem!
3. Peça ajuda:  Faça uma lista de coisas que você tem que fazer, no cuidado com o idoso e procure outros familiares para te ajudar. Procure envolver toda a família, não aceite suportar o fardo do cuidado sozinho!
4. Procure os recursos da comunidade: Atualmente, temos várias ONGs que dão suporte aos idosos e seus familiares (ABRAz, Brasil Parkinson, Associações de renais crônicos, de portadores de esclerose lateral amiotrófica). Veja se há programas de saúde de família no seu bairro, se há centros de referência de atenção ao idoso ou centro de referência de assistência social. Outras organizações: clubes de serviço (Rotary e Lions), paróquias e comunidades religiosas.
5. Faça uma pausa:  Você merece, tire férias. Se acaso sua família não puder te ajudar, pense na possibilidade de contratar cuidadores profissionais ou colocar seu idoso em uma ILPI (instituição de longa permanência para idosos), por um pequeno período, enquanto você descansa. Fará bem para você e também para seu idoso amado.
6. Aprenda a lidar com seus sentimentos: Você não está sozinho nesse trabalho incasável de cuidar. Muitas outras pessoas também passam pelo mesmo problema que você. Participar de grupos de auto-ajuda e procurar auxílio com psicólogos ajudam a tolerar a carga de estresse.
7. Encontrar tempo para relaxar: Fazer algo que você gosta, como ler, caminhar ou escutar música, pode recarregar suas baterias. Alguns cuidadores familiares buscam melhora o nível de estresse com yoga e meditaçãoo. Para todos, orações e práticas religiosas podem ser poderosas ferramentas.
8. Organize-se: Sempre fazer primeiro as tarefas mais importantes (banho, medicações, alimentação) deixando outras tarefas menores para depois. Mantenha uma agenda atualizada e faça sempre o planejamento do dia seguinte. Não se preocupe se você não puder controlar tudo.
9. Basta dizer não: Aceite o fato de que você simplesmente não pode fazer tudo! Resista à tentação de assumir mais atividades, projetos ou obrigações financeiras que você pode fazer. Se alguém te pedir para fazer algo, que irá te sobrecarregar mais ainda (avó cuidando de neto, por exemplo) , honestamente explique porque você não pode – e não se sinta culpado.
10. Você tem direito de ser feliz: não deixe que outros familiares te digam o que você tenha que fazer. Você é dono de sua vida! Mesmo cuidando de idosos, não pense somente no estresse e na carga excessiva de trabalho. Pense também nessa experiência de vida riquíssima e nobre.que é cuidar de seu idoso amado!

Doutor Alzheimer e mamãe



Briguei muito, comigo mesma, para escrever sobre a doença que Dr. Alzheimer esclareceu. É como mexer na ferida, quando está quase fechando. Como todos os fatos óbvios só se tornam óbvios, quando nos damos conta que era inevitável, aqui estou eu fazem dias, escrevendo, e como eu mesmo falo, bordando as letras para que meus sentimentos se acomodem e eu consiga colocar as idéias em ordem. Cinco anos fazem que comecei a estudar sobre a doença, e hoje, dia trinta e um de agosto de dois mil e três, completam oito meses que minha mãe está comigo em Juiz de Fora – MG.
A intenção de escrever não é só para alívio da minha alma, mas para que outros possam se beneficiar com a minha experiência. Nesse tempo que estou envolvida com a doença, quanto mais eu ouço, mais leio ou assisto a documentários, maior minha adaptação ao meu novo mundo. Já disse antes: que me sinto pega por uma nave de outro planeta e ainda não sei bem para onde vou e como chegar, mas com certeza minha mãe está comigo. Ela não tem condições de se manter a não ser com alguém que a ajude, e por hora sou eu. Quem sabe escrevendo, ajudo outros cuidadores a entender mais um pouco sobre a doença de Alzheimer?
As revistas e programas de saúde têm tentado explicar e auxiliar de todas as maneiras à família envolvida com a doença de Alzheimer, só que dificilmente conseguem, se não vivem os problemas fora do consultório, na sua pele. Na verdade, o que não se sente, supõe-se, mas não sente. A doença é sinistra, como diria meu aluno adolescente. Ela faz com que o paciente perca a memória, e tendo momentos de lucidez e afirmações convictas, poucos acreditem que esteja doente. Feliz do paciente que a tempo, tem ao seu lado alguém que descobre e consegue acreditar que ele está doente.
O cérebro vai aos poucos morrendo, mas não avisa qual parte vai morrer e nem quando, por isso você nunca sabe como estará o paciente, afinal ele não tem noção da doença, tem sensação de que acontece alguma coisa estranha com ele, sem saber discernir. Percebe só que não consegue resolver coisas simples, dirá as complexas.
Não há cognição constante, e aí começa o dilema. Alguns familiares acreditam que não há o que fazer, contar a verdade é o melhor, outros acham que é brincadeira do paciente, perdem a paciência com as coisas tolas e muitas vezes constrangedoras que o paciente faz. E esse coitado, sente, chora se envergonha sem saber resolver nada, fica envergonhado, acuado como criança pequena ou como se estivesse sendo humilhado.
Minha mãe mora desde dezembro em Juiz de Fora, mas todos os dias acha que veio do Rio, lugar onde morou muitos anos, como vai e volta para o Rio só a cabecinha dela sabe. Detalhe é que ela nunca mais foi ao Rio, desde dezembro. Aprecia artes e sempre vamos para exposições e ao cinema, lugares onde possa apreciar boa música ou bons livros e como ainda reconhece algumas amigas minhas, sempre que tenho oportunidade ela está com elas.
De uma hora para outra não sabe onde foi e nem lembra de alguma coisa fundamental. Repentinamente, surpreende com alguma observação lúcida a respeito de alguma coisa que viu, desarmando qualquer cientista. Fico geralmente esperando para responder de tal maneira que não a confunda e me convenço da história que conto, mesmo que seja muito fora da realidade, mas com coerência. Não, ao contrário, nunca e sempre procuro tratá-la como uma criança, que supervisionada pode até ajudar em algumas tarefas.
Logo que veio para Juiz de Fora, minha amiga duvidando da doença, acabou se distraindo e numa ocasião em que estava com minha mãe, deixou que usasse o fogão. Mamãe ligou todas as bocas sem usar fósforo e saiu da cozinha como se nada tivesse feito. Os anjos da guarda nesse dia trabalharam exaustivamente. Quando o médico me disse que mamãe estava mudada e eu já havia percebido o temperamento completamente diferente, foi como se eu tivesse recebido uma notícia boa. É, como se tivesse sido um presente, pois na verdade de brava mamãe passava para meiga, só que com Alzheimer… Como um feitiço da história infantil, sem possibilidades de príncipe aparecer e salvar a mocinha.
Desde o inicio, constatei que a cura não existe ainda, que até o final da doença estará sem conhecer as pessoas, em cima de uma cama, talvez vegetando. Convivo com um medo tão grande de não dar conta e de deixar minha mãe sem assistência, que a coragem cada vez aumenta mais. Brigando todos os dias pra vencer esse medo, eu até agora tenho vencido. Mas na luta contra o dito cujo, eu conto com meu marido, meus filhos e minha irmã que mora no exterior, mas sempre está me apoiando.
Entrei para o grupo de cuidadores de pacientes com Alzheimer, nos reunimos freqüentemente recebendo orientação dos médicos, psicólogos e outros profissionais interessados na causa. Fundamental para que nós, cuidadores, sobrevivamos. Em Juiz de Fora, uma vez por mês temos o encontro e semanalmente há na Universidade Federal de Juiz de Fora, na faculdade de Fisioterapia um grupo nos orientando junto à faculdade de Psicologia. Existe paciente que fica o oposto de minha mãe e a agressividade é tão grande que agride fisicamente, inclusive a pessoa que cuida dele. Celso, portador de Alzheimer, algumas vezes em seus delírios, tem certeza de que a mulher dele não é quem cuida dele, pede para que vá embora da casa e a agride dizendo que ela é estranha! Eu vejo o quanto à esposa dele sofre…
Tem outro paciente que não reconhece mais os amigos. Acredita que todos o perseguem, chegando ao cúmulo de acreditar que alguns o matarão ou roubarão seu dinheiro. Deixa alguns da própria família sem poder entrar na sua casa, e sofre muito com a possibilidade de ser traído pelos familiares. São delírios que o paciente pode ter e que muitas vezes não tendo assistência médica, passam a ser taxados de malucos. Muito triste para nós, lúcidos, que convivemos com eles, mas pior é conviver com os familiares, que por um motivo ainda não identificado por mim, ignoram a doença e deixam o paciente completamente sozinho. Caso de polícia, segundo um amigo meu. E é.
Mamãe tem fisioterapeuta e terapeuta ocupacional três vezes por semana e toma os medicamentos necessários pra que tenha momentos de distração e de tratamento. Sei o quanto ela gosta de música e sempre recomendo os CDs, para que ela ouça na hora que o profissional da saúde está com ela. Também já fez trabalhos manuais e pinturas, assim a terapeuta ocupacional diversifica as atividades e proporciona momentos agradáveis. Algum proveito há que se tirar dessa situação e acredito que estou entendendo o recado que me deram. De uma hora para outra você pode adoecer, ficar nas mãos de outros podendo ou não ser tratado com dignidade.
Por isso, enquanto somos lúcidos devemos aproveitar o dia pra a sermos e fazermos os outros felizes. Mamãe foi pega de calça curta, como se diz na linguagem popular, sem chance de desfazer mal entendidos, de dizer que amava as pessoas e de ser feliz. Passou muitos anos brigando com a própria sombra e embora sendo uma pessoa de boa índole e bom caráter, alguma coisa aconteceu, numa hora qualquer da sua vida, que embora ela não aceitasse, não soube dar marcha ré e recomeçar. Ela perdeu a oportunidade de ter sido feliz, enquanto lúcida…
Agora o mundo para ela é cor de rosa, vive num mundo de faz de conta, onde todos são bons e ela é muito feliz. Se depender de mim, ela não sai mais desse mundo do faz de conta e quando estiver em outro plano, saberá que tudo que fiz foi por amor, mesmo sem jamais termos tido a oportunidade, enquanto lúcida, de dizermos uma a outra: “Eu te amo!”
Maria Inês Duarte
Nota do Editor: Mesmo sendo um depoimento mais antigo, acredito que aprenderemos muito com as experiências de familiares, que já trilharam todo o caminho dos cuidados de uma idosa com Alzheimer. Infelizmente, mãe da Sra. Maria Inês faleceu.
Fonte: http://www.cuidardeidosos.com.br/

Alzheimer: quando nada é o bastante



Meu pai sabia o que estava para acontecer. O Alzheimer já estava em seu radar desde que o pai dele morrera da doença. Testemunhando a catastrófica deterioração de um homem que havia sido afiado o bastante para trabalhar diretamente com o general Douglas MacArthur, meu assustado pai decidiu ser um neurologista. Talvez a carreira médica pudesse protelar o que ele acreditava ser uma inevitabilidade genética. Como um eterno lembrete da ameaça, ele mantinha um cérebro atrofiado num vidro sobre sua mesa. Aquele cérebro, eu descobri recentemente, pertencia ao meu avô.
Ao se aproximar da meia-idade, meu pai começou a realizar experimentos em si mesmo, usando suplementos alimentares. Com 60 anos, ele tomava 78 tabletes por dia. Ele rastreava qualquer coisa que oferecesse a possibilidade de salvar neurônios e eliminar radicais livres: ômega 3, 6, 9; vitaminas E e C; ginkgo, alecrim e sálvia; ácido fólico; semente de linhaça.
Após se aposentar da prática de neurologia em Naples, Flórida, ele passava horas fazendo contas todos os dias. Mesmo quando eu o visitava, ele se sentava silenciosamente em sua poltrona, com uma calculadora, para verificar a precisão dos cálculos que fazia de cabeça.
“Para que você está salvando sua mente, pai?” eu frequentemente perguntava a mim mesma.
“Estou aqui agora, esperando para conversar com você”.
Em uma dessas ocasiões, ele subitamente levantou os olhos de seu jogo de sudoku e olhou para mim: ”Prometa-me uma coisa, garota”, disse ele.
“Qualquer coisa”, respondi.
“Jure sobre a Bíblia de sua avó que você colocará uma arma na minha cabeça se eu acabar como meu pai”. Ele estava falando sério.
Como você responde a um homem que viu o próprio pai limpar fezes das paredes de sua casa na Virginia? Um homem que assumiu uma segunda hipoteca para comprar o primeiro aparelho de tomografia computadorizada da Flórida? “Jure para mim”, repetiu ele.
Ele colecionava armas e as guardava trancadas a chave. E sabia que eu podia atirar, pois ele mesmo havia me ensinado. Pousei minha mão sobre a capa de couro da Bíblia, que pertencera à minha bisavó Nannie Dunlap e à minha avó Nancy Scott.
“Eu juro”, acabei dizendo. Ele acenou em aprovação.
Alguns anos depois, meu pai chegou em minha casa com uma mala cheia de suplementos. Ele dividia suas pílulas da semana em copos de papel, prontos para ingestão junto a cada refeição.
“Garota, você também deveria tomar alguns destes”.
“Por quê?” “Porque você é meu clone genético”.
Nossa semelhança física e de traços de caráter era excepcional: altos, lábios grandes, olhos azuis, sardas na pele, expressão angustiada. Exceto por nossos cromossomos de homem e mulher, quase tudo nos dois era uma compatibilidade perfeita. Meu pai prosseguiu, explicando que todos herdam uma cópia do gene APOE de cada um dos pais. O gene pode indicar uma predisposição de risco genético para o Alzheimer.
O APOE-2 é relativamente raro, e pode inclusive proporcionar alguma proteção contra a doença.
O APOE-3 é o mais comum deles, e parece desempenhar um papel neutro.
O APOE-4 indica o maior fator de risco.
“Tenho apenas 34 anos! Não posso pensar nisso mais para frente?” Ele meneou a cabeça.
De volta à Flórida, ele me enviou um kit de teste genético via FedEx, me instruindo a coletar sangue no consultório de meu médico, mas enviar os resultados para ele. Descobrimos que, assim como meu pai, eu carrego o gene APOE-3 _ significando que eu posso ou não desenvolver a doença. Porém, ao contrário de meu pai, eu terei de esperar para descobrir.
Em 2009, aos 71 anos de idade, ele fez um exame de ressonância magnética que mostrou uma “atrofia consistente” com o Alzheimer. Ele olhou para a chapa e ficou confuso pela visão de seu próprio cérebro.
Passei recentemente algum tempo com meu pai, enquanto sua esposa realizava uma cirurgia. Levei-o para visitá-la todos os dias, e, quando voltávamos para casa, eu pedia que ele parasse de chamar o nome dela a cada cinco minutos. Eu lhe servia o jantar e as pílulas nas horas indicadas. Eu limpava seus “acidentes”.
Certa tarde, enquanto ele assistia a um jogo de beisebol na televisão, entrei em sua toca e vi o muro de suplementos que ele costumava tomar _ armários e armários de pílulas, com nomes como “memoral” e “mente afiada”. Não precisaremos mais delas. Apoiei minha mão sobre o armário de armas. Também não precisaremos de vocês.
Meu pai caminhava comigo até o café todas as manhãs. A única coisa que ele dizia nessas caminhadas era: “Os hibiscos estão em plena florescência”. E o dizia dezenas de vezes. Na última manhã de minha visita, ele não mencionou as flores. Mas, quando passamos em frente a uma árvore particularmente florida, ele parou e olhou para mim.
“Garota”, disse ele, fazendo uma pausa para encontrar as palavras. Sua voz tremeu.
“Gostei muito de você ter vindo até aqui para cuidar de mim”.
Consegui me recompor o bastante para dizer: “Foi um prazer, especialmente depois de tudo que você fez por mim. Além disso, você não precisa de muitos cuidados”.
Enquanto caminhávamos, meu pai repetia sua última frase a cada cinco minutos … O mesmo tremor na voz, exatamente no mesmo lugar. A cada vez, minha resposta ficava menor e menor, até que era eu quem não tinha mais nada a dizer.
Nancy Stearns Bercaw é escritora em Vermont, Estados Unidos.
 Alzheimer: quando nada é o bastante